sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Sobre o Tempo e Espaço

O espaço e o tempo são os conceitos-chave para empreendermos a busca intelectual sobre a realidade tal a qual se apresenta. As discussões acerca da verdadeira realidade objetiva vêm se desdobrando a séculos, filósofos e cientistas continuam se indagando sobre qual seria a verdadeira natureza da realidade, se é que podemos considerar apenas uma realidade? Os processos de construção do conhecimento histórico e científico, tem como base, diferentes elementos que se agrupam e formam sistemas de pensamentos, correntes epistemológicas que influenciam diretamente a percepção do indivíduo, acerca da realidade, da sua visão de mundo. A partir dessas visões de mundo, convergentes, divergentes e conflitantes, se estrutura o complexo campo experiencial coletivo, que significa, o conjunto ou sistema de experiências e visões de mundo que se engendram formando um rizoma de interações e significações imateriais subjetivas, que estabelecem uma forma-conteúdo para as espacialidades em que estão inseridas. Segundo Milton Santos (2009:124) a “totalidade (que é una) se realiza por impactos seletivos, nos quais algumas de suas possibilidades se tornam realidade”. O modo como o indivíduo percebe a totalidade do real é o que preenche e dá significado ao espaço. A isso, é que se deve o grande impacto que um paradigma científico exerce sobre os modos de produzir, ordenar, classificar, estruturar, analisar e compreender o próprio espaço e a realidade.
O mistério que envolve a significação do espaço é, sem dúvidas, extremamente importante para o pensamento geográfico. Aparentemente nos parece simples falar sobre o espaço, mas se quisermos seguir a fundo em nossas investigações, veremos que tal termo envolve uma variedade quase infinita de acepções, diversos significados a cada indivíduo que se propõem a estudar o espaço. De modo geral, podemos conceber inúmeros tipos diferentes de espaço, o espaço interestelar das grandes distâncias cósmicas, o espaço de configuração como diria Max Plank (2008), palco dos fenômenos da física quântica, o espaço econômico fruto dos meios de produção, o espaço social, o espaço do cotidiano, o espaço pessoal/corporal de cada indivíduo, o espaço científico/acadêmico, dentre muitas outras variedades de formulações sobre o espaço, e inúmeros usos desse termo.
As diversas correntes de pensamento, procuraram, cada qual da sua maneira, definir o tempo e o espaço, adequando cada conceito à sua realidade e interesses. A bibliografia sobre o tema é vastíssima, desde de a filosofia grega, até os dias de hoje, muitos filósofos, geógrafos, sociólogos, físicos e etc, formularam teorias sobre o que é o espaço e muito mais ainda sobre o conceito de tempo, mas de maneira nenhuma se esgotam as maneiras de se abordar esses dois conceitos. Após o advento da mecânica quântica toda a estrutura mecanicista reducionista da ciência, foi colocada em cheque. As novas ideias se sobrepõem às antigas, mas não sem encontrar resistência, pois as visões da física moderna romperam com o paradigma científico vigente (KUHN, 2009).
Segundo Camargo (2008), com esse novo nível de percepção, a compreensão da realidade física está sendo transformada. O espaço aparece como um eixo central para compreendermos a realidade que nos rodeia, a realidade que nos preenche e a realidade que construímos.


CAMARGO, Luís Henrique Ramos de. A ruptura do meio ambiente: conhecendo as mudanças ambientais do planeta através de uma nova percepção da ciência: a geografia da complexidade. 2.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008. 237 p.
KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções cientificas. 9.ed. São Paulo: Perspectiva, 2009. 260 p.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4.ed. São Paulo: EDUSP, 2009. 384 p.

Autor: MILSKI, T.F. Graduando em Geografia Bacharelado. 

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A profunda crise brasileira

A crise política, econômica, existencial, ética e moral é reflexo do descontentamento da sociedade em relação ao descaso, político, econômico, social, ambiental e etc., em que o pais está vivendo. Onde os que não tem o que comer dignamente, tem de trabalhar horas e horas, vender todo seu tempo, para enriquecer cada vez mais seus patrões que se fartam em ceias festivas, natalinas até a exaustão. Onde o ego é maior do que a capacidade de amar. A compaixão, o amor a fraternidade é deixado de lado, e os cidadãos estão apenas pensando em consumir, consumir e consumir. Onde o TER se tornou muito mais importante que o SER. Quando boas ações são feitas, não passam de atitudes feitas a partir de egos, que querem ajudar por troca de algo. O esquecimento do SER, do autoconhecimento tem um profundo impacto na crise vivenciado pela população brasileira, principalmente aquela parte da população, que depende inteiramente dos serviços públicos, como saúde, educação e transporte. Então tudo está correlacionado, apenas fiz uma breve síntese do que pude observar no território brasileiro, principalmente nas áreas pobres.
É o esquecimento do SER, que gera o principais problemas sócios-ambientais, político-econômicos no Brasil. Não é uma questão macroeconômica, e sim o profundo descontentamento do sentido da vida. As pessoas tendem e procurar respaldo em coisas matérias, no consumismo, para suprir seu descontentamento perante a vida, e sua incapacidade de vivenciar o agora, passam a comprar, a ter vários itens desnecessários, por que a vida, o seu SER-AÍ e agora não é o suficiente para estar em paz consigo mesmo. Sim podemos falar uma coisa de cada vez, mas não chegaríamos no amago na questão. O consumismo desenfreado e desnecessário é resultado de uma questão muito profunda do SER, principalmente nos meios políticos, em que obras, projetos, leis, parques, reservas ambientais, melhorias urbanas e etc., tem em vista apenas campanhas políticas para arrecadação de votos, ao invés de ser para a população como um fim em si mesma. Em resumo, na minha visão essas questões estão profundamente ligadas, separa-las é analisar apenas uma parcela da realidade e não o fenômeno como um todo. 

Autor: Thiago F. Milski

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

A ética do Dinheiro

Hoje vivemos numa época em que o verdadeiro fundamento moral é o dinheiro. O dinheiro é sem dúvidas, o condicionante de todo o agir moral dentro sociedade ocidental. Tratamos as pessoas, não pelo que elas são, e sim pelo que elas tem. Basta olharmos a questão do racismo, tão atual no contexto brasileiro, os negros são marginalizados porque, no passado, eram vistos como escravos, hoje como pobres e favelados. 

O condicionante disso tudo é simplesmente a falta de dinheiro. Vamos a uma loja, se estivermos mau vestido, seremos mal atendidos, porque o poder aquisitivo é oque determina o modo com o vendedor vai te tratar, não que seja por intenção, mas o processo subconsciente interpreta que o individuo mal vestido, não trará nenhum beneficio, pois se ele está mal vestido, logo não tem dinheiro para se vestir melhor. 

A moral, tanto debatida por inúmeros filósofos, hoje cai em desuso quando se fala em dinheiro. Poucos são aqueles que carregam o verdadeiro sentido de um agir moral, poucos são aqueles que fazem o bem sem olhar a quem, sem esperar nada em troca. Vemos hoje, um jogo de interesses mutuo, onde as pessoas procuram se relacionar com quem possa oferecer vantagens, a justiça, a verdade e tantas outras virtudes, são esquecidas quando o assunto é o dinheiro. Creio que a proporção disso é percebido por todos nós, nas ruas, no dia a dia, em nosso trabalho. Nós mesmos não tratamos as pessoas por sua humanidade e sim por suas posses. 

Olhamos nas penitenciarias, bandidos pobres, encarcerados como lixo em decomposição, esperando o dia e hora para morrer, ou sair daquele lugar. Ao contrário, os maiores bandidos desse país, condenados por desvio de milhões de reais, são tratados com respeito, são mantidos em prisão domiciliar, as o cidadão de “bem” tira até "selfie" com eles. O verdadeiro sentido da ética, da moral se desfalece diante do império do dinheiro. 

Hoje em dia é comum rotular as pessoas por suas posses, é comum isolar aqueles que não tem dinheiro. Observamos os moradores de rua, isolados em baixo das marquises, até para obter alimento, mesmo que tenha juntado o suficiente para obter um prato de comida, é marginalizado por suas vestes. 

Isso é uma constatação que venho discutindo com meus colegas da universidade, e vejo que a humanidade das pessoas é subjugada pelas suas posses, mais vale um rico de coração podre  do que um pobre com um coração bondoso. Isso se deve ao tipo de vida que o sistema nos impõem, essa aceleração do tempo, a marginalização do pobre, do negro, o dinheiro como o verdadeiro totalitarismo, agrava esse crise moral e ética que vem assombrando cada dia mais a humanidade. Cresce o número de homicídios brutais, o número de assaltos seguidos de morte. Tudo isso por causa de um único objeto que brinca com a vida as pessoas, corremos atrás do dinheiro não importando quais as consequências para obtê-lo. Uma nota de 100 reais, um telefone celular é mais valioso que uma vida. 

Devemos repensar nossos atos, devemos no assegurar que nunca tratemos as pessoas baseados no que elas podem nos oferecer. Todo o ser humano é um universo em si mesmo. Cada um de nós é uma peça fundamental para integrar o todo. Esse sistema dinâmico que é a vida. A vida merece ser vivida sem preconceitos, sem amarras, as pessoas devem ser respeitadas pelo que elas são, e não pelo que elas têm. 

Ao olhar para ser próximo, ao conversar com com alguém, reflita, sobre você mesmo, sobre como você olha para essa pessoa, analise seu comportamento, seus pensamentos e dê seu melhor para tratar as pessoas pelo que elas são ! 
Para finalizar o texto, trago um poema de minha autoria...

Nós somos iguais, debaixo da pele, 
por dentro de tudo, nós somos iguais 
Não existe diferença, apenas nossa aparência 
é que cria a ilusão de que não somos iguais.
Somos iguais por dentro, somos iguais quando nascemos 
Somos iguais quando morremos 
Nessa vida de ilusão aprendemos a ser diferentes 
a tratar as pessoas como rivais 
Rivais pela cor da pele, rivais pela religião 
Rivais pela classe em que estão

Se somos iguais, então poque temos que brigar?
Se somos iguais por que temos que guerrear ?


Não deixe que a vida escape entre os seus dedos 
Enquanto você vive cheio de preconceitos...


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Da natureza das Coisas


Sabendo que o cosmos é infinitamente grande e infinitamente pequeno. Nas partículas elementares como os Hádrons, sabemos que se trata de uma realidade matemática abstrata, essa abstração matemática é conceitualizada se podemos assim dizer, como a Teoria dos Campos, onde cada partícula elementar é extremamente instável, mas sabemos também que apesar de sua abstração, sua realidade é inegável, pois seus movimentos podem afetar os fenômenos. Bom, de fato, temos o determinável e o indeterminável como faces de uma mesma moeda. Não poderíamos intuir então que a consciência é a chave para esse paradoxo? Afinal temos as constantes de Plank, limites onde como o professor Osvaldo disse, a física prática não pode avançar. Também temos os parâmetros matemáticos que regem nosso cosmos, que são ajustados de uma forma extremamente precisa para que a vida possa existir e se desenvolver. Não seria sensato nos limites que nossa razão pode chegar, intuir uma inteligência anterior a tudo isso? 
Max Planck, de um discurso proferido em 1944, em Florença, na Itália, intitulado: 
“A Essência/Natureza/Caráter da Matéria”, relatou o seguinte trecho, traduzido do alemão:
“Na qualidade de alguém que devotou a vida inteira à ciência mais esclarecida, ao estudo da matéria, posso fazer a seguinte afirmativa como resultado de minhas pesquisas sobre os átomos: a matéria, como matéria propriamente dita, não existe! Toda matéria se origina e existe apenas em virtude da força que faz vibrar as partículas de um átomo e que consegue manter unido esse extremamente diminuto sistema solar. Devemos assumir que por trás dessa força existe uma Mente consciente e inteligente. Essa Mente é a matriz de toda a matéria. 
Nesse Discurso de Max Plank fica nítido sua convicção de uma Mente consciente e inteligente matriz do universo, não quero aqui fazer afirmações metafísicas, apenas uma breve reflexão sobre a natureza das coisas, pois não se trata de apenas fazer ciência, a ciência por si só é inútil, deve ser integrada a um agir moral, uma ética que vai além do individuo, para construirmos um mundo cada vez mais virtuoso, se assim podemos falar, pois a cada dia que avançamos no tempo, nossa civilização entre em declínio, e assim, uma após as outras civilizações nascem e caem, são autodestruídas pela implacável ação do tempo, nascemos, morremos, construímos impérios, mas do que adianta tudo isso se continuarmos a se matar, se continuarmos esquecendo o que há dentro de nós mesmo? 
  Vejo nesse incio do século XXI um grande peso sobre nossas consciências, tantos milênios de civilizações e descobertas, e continuamos a nos mutilar, a deixar nossos irmãos e irmãs passando fome, a corrupção é uma prática normal, o ódio ainda e mais forte que o amor. Sem dúvidas, precisamos nos reconectar a essa força matriz do universo, precisamos sim de autoconhecimento, auto-observação, somente assim teremos condições de transformar nosso planeta. 

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Sobre a Morte


Se existe algo natural em nossas vidas, podemos dizer que a morte é uma delas, viver significa estar preparado para algum dia partir. Ai pensamos, partir pra onde ? Talvez seja esse o maior mistério da vida, algumas pessoas passam por experiências de quase morte, algumas delas voltam dessas experiências demonstrando profundas transformações em seu caráter, suas atitudes, mas será mesmo que existe uma vida após a morte ? Tal indagação metafísica acompanhou os seres humanos desde de os povos mais primitivos, todos os povos através de suas imaginações e especulações criaram centenas de milhares de mitos para explicar tal fato. 


O budismo, o Hinduísmo e o Taoismo, assim como varias outras tradições orientais e algumas ocidentais (como a religião espirita e indígenas) , encaram a morte como apenas uma passagem para um outro plano espiritual, e o ciclo de morte e renascimento é inevitável, a não ser que esse individuo através de seus próprios esforços e abdicação total dos desejos mundanos, rompa esse clico ( para o Budismo esse é chamado de "roda de samsara") e atinja a iluminação, ou para outras religiões, a união com o ser primordial.

É valido aqui ressaltar, que ninguém detém a verdade, todas as religiões podem estar erradas, assim como podem estar certas, cada uma de sua forma, cada qual com sua filosofia. A nós cabe absorver aquilo que nos faz bem, aquilo que nos traga conforto, se você acredita na vida após a morte, muito bem, isso não quer dizer que você detenha a verdade, nem se você acredita que após a morte do corpo, desaparece no vazio a consciência e o espirito, e só o nada eterno nos aguarda. 

Portanto seja feliz com o que lhe faz bem, busque estar perto das pessoas que ama,como dizia Gandhi, viva como se fosse morrer amanhã e aprenda com se fosse viver para sempre. A ciência nos serve até certo ponto, nos serve até onde a experiência comum pode se estender, a partir desse ponto, cabe a  cada individuo buscar sua realidade, desde que não haja contradições internas. Nunca deixe de amar seus semelhantes, distribua compaixão, seja generoso, não importa oque será após a morte, apenas viva e deixe viver, para que quando sua hora chegar, você possa olhar para trás e sorrir por tudo que viveu e por todos que amou. 





quarta-feira, 12 de abril de 2017

Sobre o Espaço geográfico

    O que nós sabemos sobre o espaço ? Tal conceito é uma questão inesgotável, precisa ser reformulado constantemente para atender aos problemas que surgem em nosso dia a dia. Uma visão reducionista compromete uma abordagem multifacetada desse conceito, ao reduzirmos o espaço aos seus simples elementos, ignoramos toda a dinâmica do todo. Dessa forma, a complexidade inerente ao espaço geográfico acaba sendo reduzida, os elemento que constituem esse espaço são fragmentados e encerrados em fronteiras disciplinares, onde esses elementos são abordados deforma simplista e superficial, por ignorarem a dinâmica sistema inexorável do espaço. O resultado disso é o caos generalizado espalhado pelo globo. Os organismos vivos são tratados como maquinas, como simples objetos descartáveis, os problemas ambientais se agravam cada vez mais, pelo desconhecimento da dinâmica geral dos elementos que constituem o sistema Terra. 
        Cada Área do Conhecimento acredita ter a posse do seu objeto, estão condicionados a pensar dentro de seus próprios conceitos, e o dialogo com outras disciplinas se torna cada vez mais difícil. A realidade é um continuum espaço-tempo, cada elemento se apresenta mediante sua forma como resultado de um processo formador, que extrapola todos os limites disciplinares, a complexidade de cada processo envolve a interação de vários componentes que se combinam, se transformam e se multiplicam para dar forma a uma estrutura ainda mais complexa que resulta em interações e trocas de informações com outros sistemas, possibilitando a cada forma uma função diferenciada. O olhar Geográfico é capaz de estabelecer as conexões necessárias, para uma abordagem multifacetada das interações físico-químico-biológico-social inerentes  ao continuum espaço-tempo, desde que abandone o velho paradigma reducionista mecanicista da ciência, para adotar uma perspectiva sistêmica da realidade, onde seu objeto de estudo está inserido em um contexto maior do que a simples soma das partes. É necessário abrirmos no nossas mentes para as novas ideias, criticar as antigas, e criar a partir do novo. 
Autor : Thiago F Milski 

Referências:

SANTOS, Milton. Espaço e método. 4.ed. São Paulo: Nobel, 1997. 88 p.
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. 447 p.

Resenha: Mapas da geografia e cartografia temática. MARTINELLI.

Introdução
Na visão do autor os mapas estão intimamente ligados a noção de geografia, isso nos leva a perceber o aspecto cultural, e representação simbólica do mapa como Geografia. Em seguida o autor faz uma síntese histórica da representação gráfica, ressaltando a importância prática do mapa, relacionado a obtenção do poder, e que as apreensões de estruturas abstratas para representar o espaço sempre marcaram a vida da sociedade. Como linguagem, os mapas conjugam-se com a prática histórica podendo revelar diferentes visões de mundo. Nesse ponto os mapas realizam uma enorme tarefa, a de representar o real, colocando em evidências os pontos principais que se encontram no espaço, e que leva a característica de quem o produziu, revelando as diferentes perspectivas que cada observador, cada povo, cada cultura tem do seu espaço vivido.

Seguindo a linha de raciocínio do autor, eles expõem os avanços históricos da cartografia, como a invenção da imprensa no século XV, os grandes descobrimentos nos séculos XV e XVI, e o grande avanço na cartografia se deu no século XVIII, com a instituição de academias científicas, marcando o início da ciência cartográfica moderna.

A representação gráfica:
A linguagem do mapa
Para o autor a representação gráfica inclui o universo da comunicação visual que por sua vez faz parte da comunicação social. Integra o sistema semiológico monossêmico. Segundo o autor, a especificidade reside no fato de estar vinculada ao âmago das relações que podem se dar entre os significados dos símbolos.
A representação gráfica nos diz o que representa essa imagem, que para cada indivíduo significa algo. Portando a tarefa principal da representação gráfica é transcrever as três relações fundamentais, de diversidade, de ordem e de proporcionalidade. Assim, quando o indivíduo aprender a coordenar tais orientações, ele pode dominar a sintaxe dessa linguagem, proporcionando uma maior compreensão do mapa e como elaborá-lo.
Para elaborar um mapa coerente, segundo o autor temos de ter em mente, quais são as variáveis visuais de que dispomos e quais são suas respectivas propriedades perceptivas. Sendo as variáveis visuais: tamanho, cor, valor, granulação, orientação e forma, e essas seis variáveis mais as duas dimensões do plano compõem as propriedades perceptivas, que toda representação gráfica deve ter. Em seguida o autor transcorre o texto explicitando a importância da cor e seu impacto, devido seu grande poder na comunicação visual. Segundo o autor, compete ao redator gráfico aplicar convenientemente cada questão a ser transcrita visualmente, do sistema monossêmico de signos, observando cuidadosamente as propriedades perceptivas das variáveis visuais.
Fundamentos da cartografia Temática.
Considerações metodológicas e criticas.
O autor nos diz, que a cartografia temática surge a partir de uma sucessão histórica a partir da visão topográfica do mundo essencialmente analógica. Nesse segmento do texto, o autor faz uma nova referência histórica da cartografia científica e os processos que levaram a consolidar a cartografia temática. Dando prosseguimento na sua análise o autor faz uma citação de Salichtchev, 1973: “Cartografia é a ciência da representação e estudo da distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas relações e suas transformações ao longo do tempo por meio das representações gráficas – Modelos icônicos – que reproduzem este ou aquele aspecto da realidade de forma gráfica e generalizada”. Assim, segundo o autor, a cartografia não apenas uma simples técnica, que sem conhecer a essência dos fenômenos, não poderia investigar os conteúdos espacias.

Na visão do autor os mapas temáticos interessam a geografia, por que abordam o mesmo território e suas diferentes escalas. Isso proporciona um grande panorama para a investigação do geógrafo, dando a oportunidade de visualizar uma extensa porção do território em escalas variáveis, analisando as diferentes perspectivas dos fenômenos e suas interações e complexidades, de uma forma mais completa e dinâmica, de acordo com as demandas e emergências da sociedade atual, com um novo conjunto de técnicas marcados pelos avanços tecnológicos, o geógrafo tem em suas mão uma poderosa ferramenta de comunicação, que vai muito além de dizer “Onde fica?”, ela se insere num ramo muito mais complexo dos fenômenos sociais, devendo responder questões de muito mais relevâncias, de “como”, “onde” e “por que”, se inscrevem nesses espaços tais fenômenos, qual a frequência e magnitude que isso ocorre. Dessa maneira elaborar mapas é uma tarefa que envolve um pensamento complexo, onde o social, o físico e cultural sejam levados em consideração, sem desconsiderar nenhumas das partes que compõem o todo.

Autor: Thiago F Milski 



Referências:

MARTINELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia tematica. São Paulo: Contexto, 2003. 112 p

Sobre o Tempo e Espaço

O espaço e o tempo são os conceitos-chave para empreendermos a busca intelectual sobre a realidade tal a qual se apresenta. As discussões ...