O que nós sabemos sobre o espaço ? Tal conceito é uma questão inesgotável, precisa ser reformulado constantemente para atender aos problemas que surgem em nosso dia a dia. Uma visão reducionista compromete uma abordagem multifacetada desse conceito, ao reduzirmos o espaço aos seus simples elementos, ignoramos toda a dinâmica do todo. Dessa forma, a complexidade inerente ao espaço geográfico acaba sendo reduzida, os elemento que constituem esse espaço são fragmentados e encerrados em fronteiras disciplinares, onde esses elementos são abordados deforma simplista e superficial, por ignorarem a dinâmica sistema inexorável do espaço. O resultado disso é o caos generalizado espalhado pelo globo. Os organismos vivos são tratados como maquinas, como simples objetos descartáveis, os problemas ambientais se agravam cada vez mais, pelo desconhecimento da dinâmica geral dos elementos que constituem o sistema Terra.
Cada Área do Conhecimento acredita ter a posse do seu objeto, estão condicionados a pensar dentro de seus próprios conceitos, e o dialogo com outras disciplinas se torna cada vez mais difícil. A realidade é um continuum espaço-tempo, cada elemento se apresenta mediante sua forma como resultado de um processo formador, que extrapola todos os limites disciplinares, a complexidade de cada processo envolve a interação de vários componentes que se combinam, se transformam e se multiplicam para dar forma a uma estrutura ainda mais complexa que resulta em interações e trocas de informações com outros sistemas, possibilitando a cada forma uma função diferenciada. O olhar Geográfico é capaz de estabelecer as conexões necessárias, para uma abordagem multifacetada das interações físico-químico-biológico-social inerentes ao continuum espaço-tempo, desde que abandone o velho paradigma reducionista mecanicista da ciência, para adotar uma perspectiva sistêmica da realidade, onde seu objeto de estudo está inserido em um contexto maior do que a simples soma das partes. É necessário abrirmos no nossas mentes para as novas ideias, criticar as antigas, e criar a partir do novo.
Autor : Thiago F Milski
Referências:
SANTOS, Milton. Espaço e método. 4.ed. São Paulo: Nobel, 1997. 88 p.
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. 447 p.
Nenhum comentário:
Postar um comentário