quarta-feira, 26 de abril de 2017

Sobre a Morte


Se existe algo natural em nossas vidas, podemos dizer que a morte é uma delas, viver significa estar preparado para algum dia partir. Ai pensamos, partir pra onde ? Talvez seja esse o maior mistério da vida, algumas pessoas passam por experiências de quase morte, algumas delas voltam dessas experiências demonstrando profundas transformações em seu caráter, suas atitudes, mas será mesmo que existe uma vida após a morte ? Tal indagação metafísica acompanhou os seres humanos desde de os povos mais primitivos, todos os povos através de suas imaginações e especulações criaram centenas de milhares de mitos para explicar tal fato. 


O budismo, o Hinduísmo e o Taoismo, assim como varias outras tradições orientais e algumas ocidentais (como a religião espirita e indígenas) , encaram a morte como apenas uma passagem para um outro plano espiritual, e o ciclo de morte e renascimento é inevitável, a não ser que esse individuo através de seus próprios esforços e abdicação total dos desejos mundanos, rompa esse clico ( para o Budismo esse é chamado de "roda de samsara") e atinja a iluminação, ou para outras religiões, a união com o ser primordial.

É valido aqui ressaltar, que ninguém detém a verdade, todas as religiões podem estar erradas, assim como podem estar certas, cada uma de sua forma, cada qual com sua filosofia. A nós cabe absorver aquilo que nos faz bem, aquilo que nos traga conforto, se você acredita na vida após a morte, muito bem, isso não quer dizer que você detenha a verdade, nem se você acredita que após a morte do corpo, desaparece no vazio a consciência e o espirito, e só o nada eterno nos aguarda. 

Portanto seja feliz com o que lhe faz bem, busque estar perto das pessoas que ama,como dizia Gandhi, viva como se fosse morrer amanhã e aprenda com se fosse viver para sempre. A ciência nos serve até certo ponto, nos serve até onde a experiência comum pode se estender, a partir desse ponto, cabe a  cada individuo buscar sua realidade, desde que não haja contradições internas. Nunca deixe de amar seus semelhantes, distribua compaixão, seja generoso, não importa oque será após a morte, apenas viva e deixe viver, para que quando sua hora chegar, você possa olhar para trás e sorrir por tudo que viveu e por todos que amou. 





quarta-feira, 12 de abril de 2017

Sobre o Espaço geográfico

    O que nós sabemos sobre o espaço ? Tal conceito é uma questão inesgotável, precisa ser reformulado constantemente para atender aos problemas que surgem em nosso dia a dia. Uma visão reducionista compromete uma abordagem multifacetada desse conceito, ao reduzirmos o espaço aos seus simples elementos, ignoramos toda a dinâmica do todo. Dessa forma, a complexidade inerente ao espaço geográfico acaba sendo reduzida, os elemento que constituem esse espaço são fragmentados e encerrados em fronteiras disciplinares, onde esses elementos são abordados deforma simplista e superficial, por ignorarem a dinâmica sistema inexorável do espaço. O resultado disso é o caos generalizado espalhado pelo globo. Os organismos vivos são tratados como maquinas, como simples objetos descartáveis, os problemas ambientais se agravam cada vez mais, pelo desconhecimento da dinâmica geral dos elementos que constituem o sistema Terra. 
        Cada Área do Conhecimento acredita ter a posse do seu objeto, estão condicionados a pensar dentro de seus próprios conceitos, e o dialogo com outras disciplinas se torna cada vez mais difícil. A realidade é um continuum espaço-tempo, cada elemento se apresenta mediante sua forma como resultado de um processo formador, que extrapola todos os limites disciplinares, a complexidade de cada processo envolve a interação de vários componentes que se combinam, se transformam e se multiplicam para dar forma a uma estrutura ainda mais complexa que resulta em interações e trocas de informações com outros sistemas, possibilitando a cada forma uma função diferenciada. O olhar Geográfico é capaz de estabelecer as conexões necessárias, para uma abordagem multifacetada das interações físico-químico-biológico-social inerentes  ao continuum espaço-tempo, desde que abandone o velho paradigma reducionista mecanicista da ciência, para adotar uma perspectiva sistêmica da realidade, onde seu objeto de estudo está inserido em um contexto maior do que a simples soma das partes. É necessário abrirmos no nossas mentes para as novas ideias, criticar as antigas, e criar a partir do novo. 
Autor : Thiago F Milski 

Referências:

SANTOS, Milton. Espaço e método. 4.ed. São Paulo: Nobel, 1997. 88 p.
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. 447 p.

Resenha: Mapas da geografia e cartografia temática. MARTINELLI.

Introdução
Na visão do autor os mapas estão intimamente ligados a noção de geografia, isso nos leva a perceber o aspecto cultural, e representação simbólica do mapa como Geografia. Em seguida o autor faz uma síntese histórica da representação gráfica, ressaltando a importância prática do mapa, relacionado a obtenção do poder, e que as apreensões de estruturas abstratas para representar o espaço sempre marcaram a vida da sociedade. Como linguagem, os mapas conjugam-se com a prática histórica podendo revelar diferentes visões de mundo. Nesse ponto os mapas realizam uma enorme tarefa, a de representar o real, colocando em evidências os pontos principais que se encontram no espaço, e que leva a característica de quem o produziu, revelando as diferentes perspectivas que cada observador, cada povo, cada cultura tem do seu espaço vivido.

Seguindo a linha de raciocínio do autor, eles expõem os avanços históricos da cartografia, como a invenção da imprensa no século XV, os grandes descobrimentos nos séculos XV e XVI, e o grande avanço na cartografia se deu no século XVIII, com a instituição de academias científicas, marcando o início da ciência cartográfica moderna.

A representação gráfica:
A linguagem do mapa
Para o autor a representação gráfica inclui o universo da comunicação visual que por sua vez faz parte da comunicação social. Integra o sistema semiológico monossêmico. Segundo o autor, a especificidade reside no fato de estar vinculada ao âmago das relações que podem se dar entre os significados dos símbolos.
A representação gráfica nos diz o que representa essa imagem, que para cada indivíduo significa algo. Portando a tarefa principal da representação gráfica é transcrever as três relações fundamentais, de diversidade, de ordem e de proporcionalidade. Assim, quando o indivíduo aprender a coordenar tais orientações, ele pode dominar a sintaxe dessa linguagem, proporcionando uma maior compreensão do mapa e como elaborá-lo.
Para elaborar um mapa coerente, segundo o autor temos de ter em mente, quais são as variáveis visuais de que dispomos e quais são suas respectivas propriedades perceptivas. Sendo as variáveis visuais: tamanho, cor, valor, granulação, orientação e forma, e essas seis variáveis mais as duas dimensões do plano compõem as propriedades perceptivas, que toda representação gráfica deve ter. Em seguida o autor transcorre o texto explicitando a importância da cor e seu impacto, devido seu grande poder na comunicação visual. Segundo o autor, compete ao redator gráfico aplicar convenientemente cada questão a ser transcrita visualmente, do sistema monossêmico de signos, observando cuidadosamente as propriedades perceptivas das variáveis visuais.
Fundamentos da cartografia Temática.
Considerações metodológicas e criticas.
O autor nos diz, que a cartografia temática surge a partir de uma sucessão histórica a partir da visão topográfica do mundo essencialmente analógica. Nesse segmento do texto, o autor faz uma nova referência histórica da cartografia científica e os processos que levaram a consolidar a cartografia temática. Dando prosseguimento na sua análise o autor faz uma citação de Salichtchev, 1973: “Cartografia é a ciência da representação e estudo da distribuição espacial dos fenômenos naturais e sociais, suas relações e suas transformações ao longo do tempo por meio das representações gráficas – Modelos icônicos – que reproduzem este ou aquele aspecto da realidade de forma gráfica e generalizada”. Assim, segundo o autor, a cartografia não apenas uma simples técnica, que sem conhecer a essência dos fenômenos, não poderia investigar os conteúdos espacias.

Na visão do autor os mapas temáticos interessam a geografia, por que abordam o mesmo território e suas diferentes escalas. Isso proporciona um grande panorama para a investigação do geógrafo, dando a oportunidade de visualizar uma extensa porção do território em escalas variáveis, analisando as diferentes perspectivas dos fenômenos e suas interações e complexidades, de uma forma mais completa e dinâmica, de acordo com as demandas e emergências da sociedade atual, com um novo conjunto de técnicas marcados pelos avanços tecnológicos, o geógrafo tem em suas mão uma poderosa ferramenta de comunicação, que vai muito além de dizer “Onde fica?”, ela se insere num ramo muito mais complexo dos fenômenos sociais, devendo responder questões de muito mais relevâncias, de “como”, “onde” e “por que”, se inscrevem nesses espaços tais fenômenos, qual a frequência e magnitude que isso ocorre. Dessa maneira elaborar mapas é uma tarefa que envolve um pensamento complexo, onde o social, o físico e cultural sejam levados em consideração, sem desconsiderar nenhumas das partes que compõem o todo.

Autor: Thiago F Milski 



Referências:

MARTINELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia tematica. São Paulo: Contexto, 2003. 112 p

terça-feira, 11 de abril de 2017

Sobre o Mundo e a Complexidade

 Em tempos remotos os seres humanos viviam constantemente em conflitos, uma eterna luta pela sobrevivência, desde os primórdios da civilização humana tem ocorrido conflitos e guerras, poucos foram os tempos de paz. Nenhuma outra espécie animal foi capaz de tanta atrocidades contra seus semelhantes e todas as outras formas de vida. Um passado tão sombrio esconde nossas mais sublimes virtudes. O que diríamos para nossos filhos, se nos perguntassem o porque de tanta maldade nesse mundo ? Olhando para o passado, vemos que nosso presente é uma simples continuação da perversidade humana.
    A guerra é uma mecanismo de Lucro, onde um simples apertar de botões devasta territórios, vidas, países e tudo que se encontra sobre a face da Terra. As vezes me sinto perdido, olho todo o nosso contexto, reflito sobre o futuro do mundo e penso que  tudo aquilo que vivemos parece ser tão fútil. A vida se transformou em uma matéria, em um meio de produção, como diriam os marxistas. Se a nossa realidade é tão cruel e o sofrimento e a morte é uma certeza por que então estamos aqui ? Qual o nosso dever ? São questões que não se esgotam, são fatos que prendem nosso entendimento, quando tudo aquilo a que buscamos parece não fazer sentido.
    A filosofia nos ensina a pensar, a questionar tudo aquilo que nos foi dado, a Geografia nos ensina a estruturar nosso pensamento e conhecer o mundo físico dos homens em suas relações sociais. Ambos são conhecimento indissociáveis, a Geografia nasceu da Filosofia e dessa emergiu para se tornar uma ciência. Dos filósofos naturalistas do idealismo alemão, dos pesadores gregos aos dias hoje, tudo se transformou, a geografia mudou, cresceu, se multiplicou, surgiram novas correntes, novas abordagem, porém os problemas se tornaram cada vez mais complexos, a realidade não se mantém estática, de fato, a Geografia dos dias de hoje não é capaz de acompanhar toda essa complexidade dos fenômenos. Estamos ocupados de mais trabalhando isoladamente, dentro de laboratórios, de escritórios, e o mundo em sua verdadeira realidade não pode ser pensado em fronteiras disciplinares. 

   O Geografo é uma ferramenta de transformação da sociedade... por isso cabe a nós geógrafos a difícil tarefa de integrar os enfoques dos diferentes olhares, como diria Milton Santos, para a construção de um novo paradigma técnico-cientifico-informacional, a serviço do homem e não do dinheiro. 

Autor: Thiago F Milski

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Narco Trafico Na América Latina

Processos históricos da criminalização

Para se compreender o fenômeno do narcotráfico nas Américas, é necessário elucidar algumas questões históricas que envolvem a criminalização do consumo e da produção de substâncias psicoativas. Sabemos que há muito tempo, não se ouvia falar em problemas relacionados ao tráfico de drogas, nem a qualquer menção sobre narcotráfico. Pois não havia nenhuma regulamentação sobre as substâncias que hoje são comercializadas ilegalmente.
O ser humano, desde dos tempos mais remotos, praticava o uso de substâncias psicoativas, com fins ritualísticos, religiosos, detinham o conhecimento de propriedades singulares de várias plantas alucinógenas, sempre ligadas às experiências do homem, ligado ao discurso do mito, e o uso dessas substâncias, também as manifestações corporais como a dança e a música, são partes estruturantes dos primitivos ritos sagrados (SANTIAGO, 2001). Devemos levar em conta essa profunda complexidade que envolve o consumo dessas substâncias pelos povos arcaicos, para podemos estabelecer as relações que se manifestam na sociedade atual. Se podemos considerar essa profunda ritualística dos povos primitivos com plantas alucinógenas, como parte de sua cultura, hoje em dia, o consumo de substâncias psicoativas também se caracteriza, como um importante elemento cultural, proveniente de tempos remotos e necessidades humanas intrínsecas em nossa natureza. No entanto, essa conjectura cultural dos usos de psicoativos, tem se mostrado um elemento causador de problemas, considerando os riscos inerentes ao consumo excessivo dessas substâncias, a sociedade atual se encontra em uma crise de valores morais, sociopolíticos e de saúde pública. Crise essa, que se relaciona com as políticas proibicionistas, que não consideram o valor cultural dessas substâncias, e recaem no erro de não permitir o estudo aprofundado das mesmas, considerando como um mal, que precisa ser exterminado em vez de ser analisado em toda profundidade e complexidade.
A partir do século XX, um novo enfoque sobre as drogas psicoativas, dá início a uma construção internacional do controle de drogas. A conferência de Haia em 1912 produziu o primeiro tratado internacional nesse campo. Tal tratado não proibia a produção, venda ou o consumo de qualquer substância, somente produziu uma intervenção nessa questão, que até então permanecia desregulada. (MCALLISTER, 2000, p. 17, apud. RODRIGUES, 2012, p. 10). A discussão era sobre a recriminação do uso recreativo, e as substâncias psicoativas começam a ser pensadas como problema de saúde pública, principalmente o ópio e a morfina, e a sugestão para se resolver o problema era o controle total dessas substâncias. A discriminação e repugnância ao consumo de drogas começa a ganhar forma e a adesão da população, quando o consumo de substâncias psicoativas se vincula determinados grupos de imigrantes e/ou minorias étnicas (RODRIGUES, 2012).
Nos EUA, esse vínculo, de corte xenófobo e racista, aconteceu com a maconha, identificada com hispânicos, o ópio com chineses, a cocaína com negros, o álcool com irlandeses e italianos; no Brasil, a heroína, por exemplo, tornou-se um problema de saúde pública quando, nos anos 1910, passou a ser tida como droga de cafetões e prostitutas, enquanto a maconha, vista como substância de negros capoeiras, era associada a um problema de ordem pública já no século XIX (RODRIGUES, 2004; PASSETTI, 1991).
Com base nessas afirmações, podemos notar que a repugnância ao consumo de substâncias psicoativas parte de uma vertente histórica ligada a preconceitos xenófobos e racistas, que não se baseava em fundamentos de saúde pública, bem observado pelo autor que somente se torna caso de saúde e ordem pública, quando passa a ser usado por minorias étnicas. As repressões do governo em torno desse tema perdem sua legitimidade, quando vemos que toda política de combate às drogas está ligada a preconceitos, e não há um estudo mais aprofundado sobre o tema.
Essa cristalização dos medos sócias, foram o fator culminante da criminalização das drogas. Tendo seu início nos EUA com a vitória dos partidários a favor da repressão às drogas com a aprovação da Lei Seca em 1919. Lei essa que foi revogada em 1933 após 14 anos de proibição. Deixando uma grande marca na memória do país, com o fortalecimento do consumo de álcool e dos grupos de traficantes ilegais. De fato, as políticas proibicionistas que se iniciam nessa época deixam seu legado, e se estendem às demais substâncias, suscitando o aumento desses grupos de traficantes, que mais tarde se torna em um mega esquema de tráfico de drogas e operações ilegais.
Tendo em vista que o proibicionismo surgiu como uma tática de controle social, que afetava mais as minorias étnicas, essa corrente política se expande por toda a América, carregada por um discurso único de combate as drogas.
A proibição, todavia, não alcançou seu objetivo declarado: a supressão de hábitos relacionados a algumas drogas e de todo um circuito econômico a elas coligado. Ao contrário, acabou por impulsioná-lo às margens da lei. Assim, a “questão das drogas”, que nos primeiros anos do século XX sequer existia como um “problema” social ou de saúde pública, em pouco mais de duas décadas se transformou em uma “ameaça às sociedades civilizadas”. (RODRIGUES, 2012, Pag. 14.)
Com o Caráter proibitivo da lei antidrogas, começa a tomar forma um sistema de guerra as drogas, tido como substâncias perigosas à sociedade, essa visão acabou fomentando ainda mais o consumo, de fato, as leis que tinham em vista a diminuição coercitiva do uso e venda de drogas, acaba por fomentar e os incitar ainda mais. No que compete a nossa razão em analisar esse processo histórico, aja visto a ineficácia no combate, e nas políticas proibicionistas, o tráfico de drogas ganham ainda mais força, agora pela inflação do preço do produto comercializado, e o aumento no consumo.
Na sombra produzida pela ilegalidade e criminalização, foi gerado o narcotráfico, negócio potente que expandiu e prosperou ao mesmo tempo em que se sofisticaram as leis domésticas e internacionais visando sua repressão. A cristalização internacional do regime proibicionista foi acompanhada não pela diminuição da economia das drogas ilícitas, mas pelo aumento global da demanda por psicoativos, principalmente após a Segunda Guerra Mundial (KOPP, 2006. apud RODRIGUES, 2012, Pag. 14).
Como podemos notar, o surgimento do narcotráfico, é resíduo dessa política de proibição, que como dissemos acima, foi originaria de uma visão racista e xenofóbica, caracterizando todas as substâncias psicoativas como perigosas a sociedade, e não abrindo espaço para uma discussão e um estudo mais aprofundado sobre seus possíveis efeitos.
O regime proibicionista de controle de drogas foi completado por outros dois tratados: a Convenção sobre Drogas Psicotrópicas, de 1971 que incorporou o LSD como uma substância a ser banida totalmente, e a Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Drogas Narcóticas e Psicotrópicas – também conhecida como Convenção de Viena –, assinada em 1988, que reafirmou o proibicionismo como política mundial para os psicoativos (MCALLISTER, 2000 apud RODRIGUES, 2012, Pag. 16).
Dessa forma, segundo o autor, mesmo com o aumento do narcotráfico e consumo de drogas, as políticas proibicionistas têm sua reafirmação mundial com os 2 tratados citados acima, de fato, se cristaliza nessa época a política de “guerra as drogas” diante do anúncio do presidente estadunidense Richard Nixon em 1972.

Diante dos fatos apresentados nesse trabalho, fica claro que a perspectiva de “ guerra as drogas” contém segundas intenções, que mesmo diante do fracasso dessas medidas, continuam a ser implementadas. Essas segundas intenções que estudaremos agora na dinâmica do narcotráfico.

Autor: Thiago F Milski 

Referências
ARRUDA, João Rodrigues. O uso político das Forças Armadas e outras questões militares. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.
BORBA, Pedro dos Santos de. Narcotráfico nas Américas, Dossiê Temático N°05/2009. Disponível em: https://www.ufrgs.br/nerint/folder/artigos/artigo75.pdf, acesso em: 24/10/2016 ás 15:00
FIGUEIREDO, Eurico de Lima. Os estudos estratégicos, a defesa nacional e a segurança internacional. In: MARTINS, C. B.; LESSA, R. (Coord.). Horizontes das ciências sociais no Brasil: ciência política. São Paulo: ANPOCS, 2010
RODRIGUES, Thiago. Narcotráfico e Militarização nas Américas: Vício de Guerra. Rio de janeiro, vol. 34, n°1, janeiro/junho 2012, p. 9-4. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cint/v34n1/v34n1a01.pdf, acesso em: 24/10/2016 ás 14:30.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Geografia Politica e Estado-Nação

A geografia politica do século XX é considera por muitos estudiosos a geografia de Estado, que enxergou os fatos políticos apenas como uma expressão do Estado, onde o objeto de estudo era quase sempre o Estado-Nação e o indivíduo que compõem a sociedade. Apesar da aparente rigidez da antiga Geografia Politica, nos dias de hoje muitos autores têm buscado ampliar suas análises ao lado de outras ciências sociais, que tendem as encaram as particularidades de cada Estado, suas organizações sociais em conjunto com a dinâmica político-econômica dominante.
Dessa forma, cada Estado faz parte de uma dinâmica interna e externa a ele, com o papel de organizar as politicas econômicas dentro do seu território, ele participa também de uma interação com outros Estados, para definir e negociar regras, politicas comercias e tributarias dentro dessa dinâmica externa ao seu território, visando sempre beneficiar seu mercado interno.

O Estado, o mercado e a sociedade se tornam referências ideais, para as pessoas viverem e agirem de forma conjunta, em comunidade. O Estado que representa a razão, é a forma como uma sociedade se organiza para manter o domínio de seu território, composta por diferentes indivíduos que tem por objetivo em comum zelar e cuidar do seu País, para manter sua soberania frente aos outros Estados. O mercado é um tipo de organização dirigido pelo interesses das pessoas em adquirirem bens, mas se preocupando com essa dinâmica interna e externa, e as consequências que podem trazer aos outros ou para o futuro comum.

Autor: Thiago F Milski 

O mito da Democracia Racial

Introdução
Nossa proposta no presente texto é analisar até onde democracia racial brasileira atingiu realmente seu objetivo, e em que ponto se torna não mais que um mito.
O que se vê hoje em dia é a presença de um pensamento, no qual se diz que o Brasil é um país possuidor de uma certa igualdade racial e de uma convivência pacifica das etnias, diferentemente dos outros países como Estados Unidos e na África do Sul. Essa ideia que foi difundida pelo sociólogo Gilberto Freyre.
Assim, nosso objetivo é uma tentativa de elucidar ainda mais essa questão nos dias de hoje. Partindo do Pressuposto que todos somos iguais, independente de qualquer fator externo, como a cultura, a raça, a cor etc, somos levados a considerar o racismo como um ato irracional e de sérias consequências. O que é ainda mais assustador, é que em pleno século XXI, ainda temos que lidar com diferentes casos de preconceitos, seja racial ou relacionado com sexualidade.
O mito da Democracia Racial
Como bem atesta nossa constituição, República Federativa do Brasil – Artigo 3º da CR/88, in verbis:
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.”


Aqui temos a clara prerrogativa, que consolida a questão da democracia racial, estabelecendo a igualdade perante a lei. Mas se tratando do viés pratico, a democracia racial se torna obsoleta, e muito pelo contrário do que se tem no plano teórico, vemos que a questão da igualdade racial é muitas vezes deixada de lado, muito se é debatido, mas muito pouco é compreendido por parte da população.
O Brasil é sem dúvidas um país rico, não só de recursos naturais e econômicos, mas também de cultura e pessoas. Seu povo é fruto de uma miscigenação de diversas etnias, de uma mistura de povos que se encontraram e estabeleceram em território brasileiro sua moradia definitiva. Sua população de maioria “mulata” descendentes de povos de origem africana e indígena, tem em suas veias o sangue de uma brava gente.
Com isso, no Brasil não existem motivos para qualquer tipo de preconceito e discriminações, porém, os casos de racismo continuam a aumentar em nosso território.
Segundo Marilena Chaui:
Um mito opera com antinomias, tensões e contradições que não podem ser resolvidas sem uma profunda transformação da sociedade no seu todo e que por isso são transferidas para uma solução imaginária, que torna suportável e justificável a realidade. Em suma, o mito nega e justifica a realidade negada por ele” (CHAUI, Marilena. Contra a violência, apud NASCIMENTO, 2011 pg. 3).
Nesse trecho exposto por Chaui, temos a confrontação do que afirmamos acima, a debilidade em lidar com as tensões e as contradições que requerem uma mudança profunda na sociedade, resulta em uma solução imaginaria, ou seja, tomam-se medidas paliativas que servem apenas para conformar, e não resolver o problema real.
Conforme a sociedade se desenvolve, os preceitos escondidos sobre os mitos, ressurgem com diferentes aspectos e formas, tornando justificável atos injustificáveis. Como o racismo no Brasil tem sua raiz no período da escravidão e no colonialismo, após o fim da escravidão o sentimento de preconceito contra índios e negros permaneceu o mesmo, sendo esses descartados como objetos, apesar de muitos avanços e conquistas nesse tema, ainda hoje grande parte da população herda traços desses preconceitos. Em episódios de nossa história do final do Sec. XIX e início do Sec. XX, com a tese do branqueamento da população, incentivando a imigração de brancos europeus, episódios recentes de tratamento diferenciado para negros, conceitos pejorativos, como “negro é vagabundo”, “negro é ladrão” etc, ainda são muito comuns em nossa sociedade, evidenciando a grande disparidade racial ainda vigente no Brasil.
Considerações Finais
Dentre os avanços conquistados nas últimas décadas estão a criminalização do racismo, instituída na Constituição Federal de 1988 e incorporada ao Código Penal, e a incorporação de ações afirmativas, como as cotas em universidades. São conquistas impulsionadas pelo Movimento Negro, tais como a Marcha a Brasília pelos 300 anos do nascimento de Zumbi dos Palmares que, em 1995, trouxe para o debate público a reivindicação das ações afirmativas. “Entretanto, os negros permanecem excluídos de postos e processos de decisão e sempre que surgem reivindicações nesse sentido, o mito da democracia racial é resgatado na tentativa de se neutralizar essas demandas”, analisa o advogado. “A lógica é a de que se o espaço já existe, como preconiza a ideia de democracia racial, não há o que reivindicar”. (AVANCINI, 2015 pg.1).
Nossa Consideração sobre o debate é que, realmente a democracia racial continua sendo um mito em nosso país, o negro ainda é excluído, e taxado dos mais diferentes juízos preconceituosos, assim o mito da democracia racial tenta remediar a situação, propondo certas soluções paliativas e ilusórias, que nada resolvem, somente pioram os problemas enfrentados pela população. Assim, na vida prática, a situação do negro e de todas as minorias étnicas e menos favorecidas, é absurda, desde do momento que saem nas ruas e são discriminados e tido como bandidos e vagabundos, até mesmo nas próprias instituições e estabelecimentos. É preciso respeito pela dignidade humana, é preciso considerar a humanidade em nós e nos outros, todas as mortes devem ser choradas, todos os seres humanos têm o mesmo valor, independente de sua cor, de sua raça, de sua classe social. O respeito deve partir de cada um de nós.
Referências

Chaui, Marilena. Contra a violência, http://www.pt.org.br, 31/03/2007

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Resenha: Por uma outra globalização.

  • Introdução

Por uma outra globalização, representa um marco histórico e intelectual, com uma leitura de fácil acesso às grandes massas, tem em seu conteúdo uma critica muito profunda e abrangente de todo o sistema hegemônico de globalização, que desmascara toda a farsa ideológica que está em vigor na sociedade dita globalizada, além de nos proporcionar uma análise estrutural da forma como essa ideologia foi implantada no imaginário popular. O mundo como fabulá, como perversidade e como possibilidade representa no livro os conceitos chaves que o autor se utiliza para delinear seu pensamento e estruturar sua obra.
Vou analisar o tema central deste livro com um minucioso cuidado, abordando os temas que estão em pauta no cenário social e político-econômico, dado a importância que esse livro carrega, é do meu maior interesse elaborar uma critica coesa e bem estruturada, e acrescentar minhas opiniões. E assim como autor não me utilizarei de citações copiosas de diversos autores, para me manter fiel a proposta do autor.
O livro traz consigo uma bagagem teórica de décadas de pesquisas e esforços, somados de diversas áreas do conhecimento, e surpreendentemente exibe em suas linhas uma clareza e simplicidade que não é muito comum em livros com esse nível de embasamento teórico. Milton Santos deteve-se em utilizar listagens copiosas de citações, justamente para atingir o publico em geral, assim como tentou Marx com seu manifesto comunista. Mas, mais do que incitar a revolução, nosso autor tentar expor seus pensamentos de uma forma que penetre bem fundo no espírito da sociedade atual, apesar de não carregar os semblantes de uma obra legitimamente acadêmica, com várias citações de diversos autores, nosso exemplar é tão complexo e instrutivo quanto.


O mundo como fábula, como perversidade e como possibilidade
Bem como dito na introdução de nosso trabalho, o autor estrutura seu texto nesses três conceitos, que a meu ver é a chave para compreender a atual globalização.
Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Muito bem dito pelo autor, há nisso um paradoxo que, sim, pede uma explicação. Diante dos avanços das ciências e das técnicas e seus frutos, diante também da aceleração contemporânea e todas as vertigens que cria, temos aqui dados de um mundo físico fabricado pelo homem que foi construído e moldado pelo homem, que segundo Milton Santos, cuja utilização permite que o mundo se torne confuso e confusamente percebido, onde as explicações mecanicistas se tornam insuficiente.
Já temos aqui dados muito importantes a serem analisados. Vivemos em uma sociedade complexa, produzimos um espaço complexo, não é de se espantar em observar um mundo confusamente percebido, definições mecanicistas como dito pelo autor são insuficientes, mas são ainda utilizadas em larga escala, pois atende um certo tipo de objetivo, que no geral é sempre voltado a uma minoria hegemônica.
O mundo é assim construído por meio de fabulações, que segundo o autor são impostas a todos os espíritos, e se aproveita do alargamento de todos os contextos para consagrar um discurso único. Temos então, um mundo perverso, fundado na informação e com um alicerce na produção de imagens e no imaginário, que Milton Santos diz, se por exclusivamente ao império do dinheiro, fundado este na economização e na monetarização da vida social e da vida pessoal.
Assim o autor estabelece que se quisermos escapar à crença e não quisermos admitir que esse mundo assim apresentado é verdadeiro e a permanência de sua percepção enganosa, devemos admitir a existência de 3 mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como é: a globalização como perversidade; o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.
Para compreendermos esses três conceitos devemos compreender o que é ideologia, segundo (CHAUI, 1980) ideologia são as ideias e representações que tendem a esconder dos homens o real de como suas relações sociais foram produzidas e a origem das formas sociais de exploração econômica e de dominação política. Os homens então legitimam essas condições de exploração social e de dominação, fazendo parecer legitimas e boas. Ai já encontramos o primeiro conceito: a globalização como fábula. Podemos notar aqui a força que as ideias possuem, capazes de criar toda uma concepção de mundo, que tende a mascarar o real, é resultado de séculos de exploração e dominação, assim quanto mais poder essas ideias tiverem dentro das massas mais forte será a dominação sobre as mesmas.
O mundo como ele é: a globalização como perversidade, é justamente nas palavras do autor uma fábrica de perversidade, onde o desemprego se torna cronico, a pobreza aumenta e as classes médias perdem qualidade de vida, o salário médio tende a abaixar, a fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes, alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais, como o egoísmo, os cinismos, a corrupção.
Aqui um outro grande tema para se abordar, o mundo como ele é, a meu ver o mundo como o criamos, o que deve ser apontado aqui é a forma com que o ser humano tem conduzido sua vida, em busca de falsos ideias, em uma competitividade egoísta, priorizando cada vez a si mesmo, se fechando em círculos e classes sociais, perdendo valores morais como compaixão, amor ao próximo, ética profissional e politica, assim evidenciando cada vez mais a globalização como fabrica de perversidade.
O mundo como ele pode ser: uma outra globalização, é esse ideal voltado para o bem comum do ser humano. Segundo Milton Santos, as mesmas bases técnicas que servem ao grande capital para construir essa fábrica de perversidade, também servirão para outros objetivos, se forem postas a serviço de outro fundamentos sociais e políticos. Assim o autor faz alguns apontamentos que indicam essa possibilidade, como a mistura de raças, povos, culturas, gostos em todos os continentes, outro fator é a população cada vez mais aglomerada em áreas cada vez menores, que permite ainda mais mistura de filosofias.
Outro ponto de análise, é de admitir até quanto isso é possível. Assim como o autor compartilho desse ponto de vista mais otimista, acredito que o ser humano possui valores, como bondade e compaixão intrínseco em sua natureza, que apenas foram mascarados com ideologias baratas, filosofias enganosas e um estilo de vida ligado ao consumo, o “ter” em vez de “ser”. Muitas dessas ideologias se baseiam na triste herança egoísta do homem, esse voltado a pensar somente em si mesmo, produz esse mundo perverso, indo da desde a base até o topo das classes sociais. A alienação do homem sobre si mesmo, resulta nessa medonha fabrica de perversidade. A partir do momento que o ser humano pensar não somente em si mesmo, mas pensar e conhecer a si mesmo, descobrir suas capacidades intelectuais, descobrir suas faculdades cognitivas, apreender a utilizar as ferramentas do pensamento, e assim descobrir o mundo que há em sua volta, seus semelhantes, seu espaço vivido, as formas simbólicas da vida, ai sim teremos uma nova globalização, a partir dos meios Técnico-Científicos-Informacionais bem utilizados em prol dos fins intrínsecos dos homens, veremos não só uma outra globalização, mas também uma outra humanidade. Mesmo com um sentimento de utopia, acredito nessa transformação social, justamente por que ela depende somente de cada indivíduo fazendo sua parte, conhecendo a si próprio.
Conclusão
Do ponto de vista do autor, globalização é, de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista, e para entendê-la é preciso levar em conta o estado das técnicas e o estado da política, que não podem ser estudadas separadamente. Sendo assim a globalização não é apenas a existência desse novo sistema de técnicas, é também o resultado de ações que asseguram a emergência de um mercado dito global, responsável pelo essencial dos processos políticos atualmente eficazes.
O processo que se inicia com a sofisticação das ciências e das técnicas, é sem dúvida um novo marco para história humana, assim temos um mundo unificado, a humanidade como um bloco revolucionário, pode ser o ápice desse processo. Abrindo as portas para uma nova compreensão mundo, temos em nossas mãos a chance de produzir uma outra globalização, está voltada diretamente para os fins intrínsecos dos seres humanos.
O livro em questão nos traz uma clara compreensão do que é a globalização, em suas diferentes formas e contextos, suas diferentes visões e perspectivas e também suas diferentes possibilidades. Nos traz a tona questões importantes, sobre qual o nosso papel nesse mundo, e o que estamos fazendo para torná-lo melhor. E como toda grande obra termina em aberto, não tem uma conclusão, pois o clico não está fechado, está aberto a novas possibilidades, aberto para que nós possamos escrever uma nova história, a partir do nosso presente, uma mutação filosófica, atribuindo um nosso sentido a existência de cada pessoa e também do planeta.
Autor: Thiago F. Milski
Referências
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 10° ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. 174 pp.

CHAUI, Marilena. O que é ideologia. 15° ed. São Paulo: Brasiliense,1984. 125 pp.

Estado Territoriais modernos

A partir da consolidação dos chamados “Estados Territoriais Modernos” no sec. XVIII, a Europa começa a vivenciar o surgimento de uma nova ideia de Nação, que está fortemente ligado a necessidade de fortalecer o Estado no campo representativo e simbólico, criando um poderoso elo para unificar o indivíduos. Dessa forma, com o território delimitado e o poder soberano, a estrutura estatal cria uma atmosfera de união cultural da população, assim gerando uma autoconsciência nacional, que influenciou diretamente na racionalidade do Estado Moderno, formalizando seu estabelecimento e sua função homogenizadora, sustentando a soberania para a formação do Estado-Nação. O nacionalismo, após a consolidação da ideia de nação, se torna extremante influente nos países ocidentais até metade do sec. XX.
Nesse contexto, o papel do Estado nesse início de século, está intimamente ligado em mobilizar os “esforços nacionais” no sentido de conquistar novos mercados, novas “áreas de influência”, suscitando novamente a questão territorial e influência de poder sobre outros territórios. O nacionalismo é considerado o motor que favoreceu as 2 grandes guerras, devido o acirramento dos conflitos de interesses entre as economias europeias, além do agravamento e incentivo a perseguição contra as minorias étnicas. No período pós guerras, surgiu então uma nova ordem mundial bipolar. Em decorrência do forte nacionalismo novamente suscitado na Guerra Fria, uma nova “desordem Mundial” começa a redefinir o mapa politico Europeu, Estados Nacionais desaparecem e ressurgem novamente, dando uma nova configuração às fronteiras e os territórios dos países ocidentais. Unido a tudo isso, no final do sec. XX, o Estado passa a ter o papel central para estabelecer uma nova ordem dentro do seu território, redefinir suas politicas, restabelecer uma nova cidadania e fortalecer sua cultura.  

O conhecimento fragmentado e compreensão.



Vivemos em uma época de transformações, reformar o pesamento é peça fundamental, para que cada um tome conhecimento de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos.
Vemos hoje uma séria fragmentação das disciplinas e da politica, em um mundo, que hoje exige cada vez mais um pensamento complexo, que integre as diferentes visões de cada indivíduo. É necessário uma compreensão mutua dos lados opostos, é preciso que as divergências que existem entre os grupos de pessoas sejam utilizadas para o bem comum, que não haja somente conflitos mas que haja também cooperação. Ensinar a compreensão deve partir do educador para os alunos, que hoje está ausente no ensino. A incompreensão, que hoje é um dos grandes males sociais, tem estado presente nos grandes centros de ensinos de nosso país. Compreender o outro, requer uma reforma do pensamento e a consciência da complexidade. Ensinar a compreensão entre as pessoas, segundo Edgar Morin, é a condição e garantia da solidariedade intelectual e moral da humanidade.
A geografia é uma ciência complexa por natureza, estuda os fenômenos da física terrestre, da biosfera e as implantações humanas, segundo Edgar Morin, amplia-se em ciência da Terra dos Homens. Nesse sentido, o geógrafo tem em sua ciência, uma poderosa ferramenta para proporcionar uma compreensão mutua dos fenômenos físicos e sociais. Assim, não podemos nos fechar em fronteiras disciplinares, pois essas fronteiras vão isolar as disciplinas em relação umas as outras e aos problemas que se sobrepõem às disciplinas, enfraquecendo o geógrafo em sua formação e empobrecendo o conhecimento acerca da complexidade do mundo em que vivemos.


Referências: MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro; São Paulo: Cortez; 2005.

Sobre o Tempo e Espaço

O espaço e o tempo são os conceitos-chave para empreendermos a busca intelectual sobre a realidade tal a qual se apresenta. As discussões ...